sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Significado da prece de sete linhas












O Significado da prece de sete linhas

por Mipham Namgyal (1846-1912)

HUNG!
ORGYEN YUL-KYI NUP-CHANG TSHAM,
PEMA KESAR DONG-PO LA,
YA-TSHEN CH'OG-KI NGODRUP NYEY,
PEMA JUGNE ZHEY-SU TRAG,
KHORTU KHADRO MANGPO KOR.
KHYED-KYI JEYSU DAG-DRUB KYEE,
CHIN-KYEE LAB-CH'IR SHEGSU SOL,
GURU PEMA SIDDHI HUNG.






O Significado da
Prece Vajra de Sete Linhas
a Guru Rinpoche




ESTE TEXTO é o resumo de um comentário sobre a Prece Vajra de Sete Linhas intitulado Padma Karpo (Lótus Branca), escrito por Mipham Namgyal (1846-1912), um reconhecido erudito da tradição Nyingma do Budismo Tibetano. O texto original em tibetano do comentário de Mipham é muito profundo e difícil de compreender ou traduzir, portanto resumi os pontos básicos deste texto aqui.


A Prece Vajra de Sete Linhas é a mais sagrada e importante oração da tradição Nyingma. Esta curta oração contém os ensinamentos externo, interno e secreto dos treinamentos esotéricos do Budismo. Através da prática da Prece Vajra de Sete Linhas de acordo com qualquer destes treinamentos, o resultado deste treinamento particular será obtido.


Neste resumo há cinco níveis de interpretação. Estes são (1) o significado geral ou comum; o caminho do significado oculto (sBas Don), que consiste dos três níveis seguintes; (2) o significado de acordo com o caminho da liberação (Grol Lam); (3) o significado de acordo com o estágio da conclusão2 (rDzog Rim); (4) o significado de acordo com o Nyngthig de Dzogpa Chenpo: a realização direta do espontâneo (Lhun Grub Thod rGal); e (5) o significado de acordo com a conquista do resultado. Destes níveis de significado é aconselhável que a pessoa que recita a oração vajra aprenda e pratique o nível particular condizente com sua capacidade.


Muitos seguidores dos ensinamentos Nyingma, apesar de familiarizados com a Prece Vajra de Sete Linhas, geralmente não conhecem seus significados mais profundos. Por esta razão organizei este resumo, esperando ser capaz de explicitar o conteúdo dos diferentes níveis de significado e treinamento contidos nesta curta oração. Porém, de forma a compreender o significado completo da oração, aconselho os leitores a lerem o texto original de Mipham Rinpoche.


No Tibete, os Nyingmas recitam a Prece Vajra de Sete Linhas a Guru Rinpoche três vezes antes de recitar quaisquer outras orações, fazer qualquer meditação, ou realizar qualquer cerimônia. Muitos devotos repetem-na centenas de milhares de vezes, recitando-a durante todo período de vigília como sua principal oração, respiração, vida e contemplação.




Estrutura do Texto


Devido a complexa organização do texto, vários cabeçalhos, subcabeçalhos, itálicos e colchetes foram adicionados. Uma nota de explicação portanto ajudará o leitor.


O comentário de Mipham dividiu cada nível de interpretação da Prece Vajra de Sete Linhas em uma introdução, a pronúncia da sílaba semente, o objeto da oração, a oração, o mantra para a invocação de bênçãos, e (somente para o primeiro nível de interpretação) os conteúdos da oração.


A partir de cada nível de interpretação no comentário de Mipham extraí da Prece Vajra de Sete Linhas um significado raiz. Em cada nível de interpretação este significado raiz aparece em primeiro lugar, seguido do comentário de Mipham (com suas subdivisões).


Com relação ao formato, há três usos diferentes do itálico. Em primeiro lugar, no corpo do texto, os itálicos são algumas vezes utilizados para palavras tibetanas incomuns (colocadas em forma fonética), seguidas por algum equivalente em português ou, ocasionalmente, por um equivalente em sânscrito (indicado pela abreviação Sct.) em parênteses. No segundo caso temos as palavras portuguesas em itálico, que aparecendo no comentário, são desta forma convencionadas como as próprias palavras traduzidas da Prece Vajra de Sete Linhas. O leitor é encorajado, ao ler o comentário, a rever continuamente a sessão do significado raiz, de forma a perceber como as palavras em itálico formam um coerente significado fundamental. E finalmente, começando com o nível do sentido oculto (segundo) em diante, os significados esotéricos nas sessões de significados raízes são seguidos pelas frases correspondentes da Prece Vajra de Sete Linhas, que são colocadas em parênteses em itálico como tibetano fonético.


Ao longo do texto, os colchetes são algumas vezes utilizados para indicar palavras adicionadas de forma a tornar o significado mais inteligível. Finalmente, de forma a manter as notas de rodapé ao mínimo possível, os termos chave em tibetano foram colocados transliterados em parênteses.


Há diferenças de grafia em dois lugares no tibetano da Prece Vajra de Sete Linhas. Como última sílaba da linha 6, utilizei kyee (Kyis) seguindo o comentário de Mipham. Alguns textos utilizam kyi (Kyi). Para a terceira sílaba da sétima linha utilizei lab (brLab), como nos textos Longchen Nyingthig e na versão mais recitada, apesar de Mipham e alguns terem utilizado lob (rLobs).




História da Prece Vajra de Sete Linhas


Diz-se que estas linhas são orações de convite a Guru Rinpoche (Padmasambhava) para a assembléia3 das oferendas de festim realizadas pelas Dorje Khadromas (Sct. Vajra Dakinis).


Certa vez chegaram alguns professores hereges ao mosteiro de Nalanda, que, conhecedores de línguas e lógica, insultaram o Dharma. Os eruditos budistas não foram capazes de refutá-los. Então grande parte dos eruditos teve o mesmo sonho. Nele, Dakini Zhiwa Chog (Paz Suprema) profetizava como segue:


"Não sereis capazes de derrotar os hereges. Se não convidarem meu irmão mais velho, Dorje Thöthreng Tsal (Poder Guirlanda-de-Crânios Vajra, Guru Rinpoche), que vive no Cemitério Negro, a comparecer aqui, o Dharma será destruído."


"É muito difícil chegar lá , como poderemos convidá-lo?" perguntaram os eruditos.


A Khadroma disse: "Preparem uma grande oferenda no topo do mosteiro, com música e incenso, e em voz única recitem a Prece Vajra." E então ela lhes deu a Prece Vajra de Sete Linhas. Os eruditos a rezaram e imediatamente Guru Rinpoche veio miraculosamente pelo céu. Ele chefiou os eruditos budistas e derrotou os professores hereges por meio de referência a textos e racionalização. Quando foi ameaçado pelo poder mágico dos hereges, abriu a caixinha que a Dakini Face-de-Leão lhe deu e lá encontrou o mantra de "quatorze letras"4. Ao recitá-lo, eliminou os hereges malignos com uma tempestade de raios. Converteu os restantes ao Dharma. Diz-se que a prece originou-se neste incidente.


Mais tarde, quando Guru Rinpoche veio ao Tibete no século oito, ele concedeu-a ao rei e súditos. Pretendendo-a para discípulos futuros capazes de treinamento, escondeu-a em muitas Ters. Tempos depois, a Prece Vajra de Sete Linhas foi revelada nas Ters5 da maioria dos cem grande Tertons dos últimos dez séculos da linhagem Nyingma, repetidas vezes, como o coração das orações, ensinamentos e meditação.




O Significado Comum


Significado Raiz


HUM – Invoca a mente de Guru Rinpoche

1. No noroeste do país de Oddiyana
2. Nascido no pistilo de uma lótus:
3. Provido da mais maravilhosa realização;
4. Renomado como o Nascido-da-Lótus (Padmasambhava);
5. Cercado por um séquito de muitas Khadros
6. Seguindo-te pratico:
7. Por favor venha conceder bênçãos.


Mestre (GURU) Padmasambhava (PEMA), por favor [nos] conceda (HUM) realizações (SIDDHI).


Comentário


Introdução

Este é o nível de prática da Prece Vajra de Sete Linhas relacionado ao tipo de aparição de Guru Rinpoche neste mundo terreno como uma forma manifesta (Sct. Nirmanakaya).


Guru Rinpoche na verdade não é separado de Samantabhadra (Universalmente Excelente), que desde o princípio é totalmente liberto como o Dharmakaya (a vacuidade luminosa) auto-manifesto. Sem mover-se da esfera do Dharmakaya, ele é espontaneamente realizado no Sambhogakaya (o corpo de deleite nas formas puras), que tem cinco qualidades absolutas7. Ele é também a aparição auto-manifesta em diversas formações de Nirmanakaya (o corpo manifesto em formas impuras), o auto-reflexo da compaixão. Esta é a forma real através na qual Guru Rinpoche aparece e permanece. É a manifestação visual dos Budas, e somente eles podem perceber todos os aspectos dela.


Oito (ou doze) anos após o mahaparinirvana de Buda Sakyamuni, Guru Rinpoche apareceu neste mundo para os seres comuns com bom carma numa lótus no lago Dhanakosha em Oddyana. Ele seguiu varias disciplinas esotéricas e alcançou muitas realizações, tais como o corpo luminoso da grande transformação (‘Ja’ Lus ‘Pho Ba Ch’en Po). Ele serviu aos devotos da Índia, Oddyana e Tibete através de manifestações múltiplas, tais como as oito formas do Guru (Guru mTshan brGyad). Este nível de interpretação é como nós, discípulos comuns, oramos a Guru Rinpoche, um extraordinário objeto de devoção.


A Pronúncia da Sílaba Semente


A oração começa com a invocação da mente iluminada de Guru Rinpoche pela pronúncia da sílaba HUM, a auto-manifesta sílaba semente da mente de todos os Budas.


O Objeto da Oração


Linha 1. No oriente do continente de Jambu, ao noroeste de Oddyana, a terra das Khadros (Dakas e Dakinis) no lago Dhanakosha, preenchido com a água das oito qualidades puras,


Linha 2. No caule ornamentado pelo pistilo, folhas e pétalas de uma lótus, nasceu Guru Rinpoche.


Todas as qualidades e bênçãos dos três segredos (corpo, fala e mente) de todos os Budas vieram unidas na forma da sílaba HRIH, e dissolveram-se no coração de Buda Amitaba. De seu coração, uma luz de cinco cores espalhou-se e desceu ao pistilo da lótus. As cores transformaram-se na forma de Guru Rinpoche, e ele então nasceu no miraculoso modo do nascimento na lótus.


Linha 3. Ele realizou espontaneamente o benefício duplo (para si e para os outros) e exibiu formas maravilhosas, tais como as oito manifestações do Guru. Ele alcançou a realização extraordinária do estado do Vajradhara, não apenas realização comum.


Linha 4. Seu nome é renomado como o Nascido-do-Lótus (Padmasambhava).


Linha 5. Ele está cercado por séquitos de múltiplas Khadros (Dakas e Dakinis).


A Oração


Linha 6. Deve-se orar com os três tipos de fé8, pensando, "Ó protetor, seguir-te-ei, e portanto praticarei."


Linha 7. "De forma a proteger seres como eu mesmo, que estão afundados no oceano dos três sofrimentos. Ó tu, onisciente, compassivo e poderoso, vem por favor, pela bênção de seu corpo, fala e mente a este lugar. Vem com teu corpo, fala, e mente, como transmuta-se ferro em ouro."


O Mantra para Invocar Bênçãos


GURU significa mestre ou guia espiritual, um que é próspero de qualidades excelentes; a quem ninguém supera.

PADMA é a primeira parte do nome de Guru Rinpoche.

SIDDHI é o que queremos conquistar – as realizações comuns e incomum.

HUM significa a súplica pelo conferimento de siddhis (realizações).

Assim, Ó Guru Padma, conceda o siddhi.


Os Conteúdos da Oração

Os Objetos da Oração


Linha 1. O lugar do nascimento.


Linha 2. A maneira pela qual nasceu.


Linha 3. A grandeza de suas qualidades.


Linha 4. O nome de Guru Rinpoche em particular.


Linha 5. Séquitos.


A Oração


Linha 6. Orar com a aspiração de conquistar a inseparabilidade de Guru Rinpoche ou desenvolver confiança nele.


Linha 7. Conquista da inseparabilidade de Guru Rinpoche com o orador.


O Mantra para Invocar Bênçãos

GURU PADMA SIDDHI HUM



O Caminho para o Significado Oculto

O Caminho da Liberação


Significado Raiz


HUM – desperta a sabedoria auto-manifesta, a natureza do absoluto.


1. A Mente9 (ogyen yul) é a liberdade (tsam) [dos extremos] do samsara (nub) e nirvana (chang).


2. É a realização da união (dongpo) da esfera absoluta primordialmente pura (pema) e luminosa, a atenção vajra plena (kesar) e (la)


3. É a Grande Perfeição, o maravilhoso (yatsen). É a conquista (nye) do siddhi supremo (chogki ngödrub), o estado de Vajradhara.


4. Esta é a sabedoria da natureza do absoluto, renomada como (zhesu trag) a origem última (jugne) dos Budas (pema).


5. A sabedoria está munida de (kor) inúmeros poderes (mangpo) de manifestação, emanando (dro) da esfera do absoluto (kha) como atributos (khortu).


6. Com firmeza desenvolvo confiança (dag drub kyee) na natureza da sabedoria primal não-dual (khye kyi je su).


7. De forma a (chir) purificar todos os apegos às aparências na forma de sabedoria primordial (chinkyee lob), possa eu conquistar (shegsu sol) a natureza última.


A sabedoria primordial é vacuidade em sua essência (Dharmakaya) (GURU), tem a clareza por qualidade (Sambhogakaya) (PEMA), e é toda envolvente em compaixão [poder] (Nirmanakaya) (SIDDHI) com sabedoria quíntupla (HUM).


Comentário


A Pronúncia da Sílaba Semente.


A oração começa com a pronúncia da sílaba semente da mente, HUM, que desperta a sabedoria primordial auto-manifesta, a natureza real de samsara e nirvana.








O Objeto da Oração

Linha 1. O país de Oddiyana é uma fonte especial do tantra. Em termos do caminho real, nossa própria Mente é a fonte especial do tantra, portanto é isso que "Oddiyana" significa.


A Mente ou a natureza absoluta da mente é a liberdade de não afundar no samsara e não flutuar para o nirvana, já que ela não é nem permanecer nem tomar partido com relação aos dois extremos – samsara e nirvana.


Linha 2. Pema, a lótus, representa a esfera absoluta (Dharmadhatu), a natureza que está para ser conquistada. Não habita lugar algum e é pura desde o princípio, da mesma forma que uma lótus não é manchada por impureza alguma.


"Kesar", o pistilo, representa a atenção plena luminosa vajra (Rig Pa’i rDo rJe), que é o meio através do qual realiza-se esta natureza. A atenção plena brilhante por si só é a sabedoria primordial, floresce com clareza; portanto lembra o pistilo de uma lótus.


Como o caule (Dongpo) mantém o pistilo e as pétalas de uma lótus juntos, a auto-manifesta, grande e extática sabedoria primordial habita como a união da esfera do absoluto (dByings) e da sabedoria primordial (Ye Shes), e é a derradeira natureza da mente ou a luminosidade inata da mente.


Linha 3. A Mente é a Grande Perfeição (Dzogpa Chenpo) luminosa espontaneamente nascida, a sabedoria primordial da natureza absoluta, o significado da quarta iniciação, que é maravilhosa. Está presente espontaneamente como o fundamento da Mente de todos os Budas, a conquista do siddhi supremo, o estado de Vajradhara.


Linha 4. A Mente é a fundação de todos os Budas dos três tempos, que floresceram como flores de lótus, a natureza última; assim ela é renomada como a origem de Pema, os Budas. Este é o reconhecimento de Pema Junge como o Buda absoluto.


Linha 5. Nesta sabedoria primordial estão qualidades inconcebíveis de realização as quais, se divididas em suas variedades, incluem os cinco tipos de sabedoria primordial (Ye Shes lNga)10. Assim, no espaço desnudo da esfera do absoluto, diversos poderes manifestos da sabedoria da atenção plena primordial emanam incessantemente como seus atributos.


A Oração


Linha 6. Perceber a natureza da sabedoria primordial não-dual (Ye Shes) e aperfeiçoá-la através da contemplação com confiança imutável, que é a grande sabedoria (Shes Rab), é expresso como "Seguir-te-ei e praticarei."


Linha 7. Se temos experimentado e estamos assegurados desta natureza última (gNas Lugs) pela conquista da percepção (lTa Ba), e temos aperfeiçoado esta conquista através da meditação, transformaremos todos os apegos às aparências impuras na essência11 pura da sabedoria primordial (Ye Shes).


Ou, se não somos capazes de alcançar a sabedoria primordial de forma a receber as bênçãos do caminho em nossas próprias mentes, devemos então aspirar dessa forma: "Possa eu conquistar12 a natureza última (Ch’os Nyid) pela dissolução da dualidade objetivo-subjetivo nesta própria natureza, como ondas de água na água, através do poder das bênçãos das instruções do Lama e através do estudo e reflexão".


O Mantra para Invocar Bênçãos


A sabedoria primordial é a essência vazia (Ngo Bo sTong Pa), o Dharmakaya, e já que ela não é inferior a nenhuma característica concebível, é o supremo, o GURU.


A natureza da sabedoria primordial é luminosidade (Rang bZhin gSal Ba). É o Sambhogakaya espontaneamente realizado, com uma incessante manifestação de poder. Ainda assim não é separada da esfera derradeira. Assim é PADMA, a lótus, pois não é manchada pelas características relativas.


A inseparabilidade desta essência e natureza13 é a compaixão universal, que surge nas manifestações (Rol Pa) samsáricas, concedendo os desejos de todos os incontáveis seres. Ela é SIDDHI, a realização.


HUM significa a auto-manifesta sabedoria primordial, a sílaba semente da mente, possuidora das cinco sabedorias primordiais.






O Caminho dos Meios Hábeis (Thabs Lam)

de Acordo Com o Estágio da Conclusão


Significado Raiz


HUM – desperta a auto-manifesta sabedoria inata.


1. Ao centro (tsam) dos canais roma (nub) e kyangma (chang) do corpo vajra (ogyen yul),


2. Ao (la) chakra do coração (pema) na "essência" (Thig Le) (kesar), no uma, o canal central (dongpo)


3. Jaz (nye) a maravilhosa (yatsen), extática e imaculada mente da sabedoria primordial da essência luminosa imutável, a conquista do siddhi supremo (chogki ngodrub).


4. É renomada (zhesu trag) como o espontaneamente presente Padmasambhava absoluto (pema jugne).


5. Esta essência de sabedoria primordial têm (kor) muitos (magpo) tipos de energia (rLung) e essência (Thig Le), os quais estão manifestando-se na esfera da vacuidade (khadro) dos canais como ventos14 (khortu).


6. De acordo com a natureza de habilidade do corpo vajra (khye-kyi jesu), treinarei a sabedoria primordial (dag drub kyee) através dos estágios do aprendizado esotérico.


7. De forma a (chir) transformar tudo que existe na esfera do grande êxtase (chinkyee lab), possa eu atingir o grande êxtase do corpo vajra (shegsu sol).


A sabedoria primordial suprema (GURU) e o imaculado e auto-manifesto grande êxtase (PADMA) trazem a derradeira grande sabedoria primordial (SIDDHI), a Mente sagrada dos Budas (HUM).


Comentário


Introdução


Para aqueles que não são capazes de vivenciar a sabedoria primordial absoluta (Don Gyi Ye Shes) através dos treinamentos esclarecidos no caminho da liberação, ela pode ser atingida através dos mui extraordinários treinamentos do caminho dos meios hábeis.


A Pronúncia da Sílaba Semente


A sílaba HUM significa o despertar da auto-manifesta sabedoria primordial inata.


O Objeto da Oração


Linha 1. O país de Oddiyana representa o corpo vajra, a base extraordinária do tantra.


Neste corpo vajra, ao lado direito está o canal vermelho roma (Sct. rasana) no qual move-se a energia solar (Nyi Ma’i rLung), desgastando a essência (Tib. Thig Le, Sct. bindu). No lado esquerdo está o canal branco Kyangma (Sct. lalana) no qual move-se a energia lunar (Zla Ba’i rLung), incrementando, limpando, resfriando e pacificando a essência.


Entre estes canais, ao centro [onde a energia da sabedoria primordial flui]:


Linha 2. A lótus (pema) significa o Dharmachakra cardíaco de oito pétalas (sNying Ka Ch’os Kyi ‘Khor Lo), o pistilo (kesar) representa a essência (ou sêmen), o substrato vital dos cinco elementos. O caule (dongpo) representa a uma (Sct. avadhuti) ou canal central no qual flui a energia da sabedoria primordial (Ye Shes Kyi rLung)


Linha 3. Dentro deste ciclo de canal, energia e essência – a essência vital extraordinária (Dvangs Ma) do corpo vajra – e desde o princípio simultaneamente originando-se com eles, como cânfora e cheiro de cânfora, habita a essência luminosa (‘od gSal Ba’i Thig Le), que é o grande êxtase imaculado, a auto-manifesta sabedoria primordial.


Portanto é muito maravilhoso. Esta essência luminosa é a união inseparável de êxtase e vacuidade que transcende pensamentos e descrição, e é a conquista espontânea do siddhi supremo, Vajradhara.


Linha 4. A sabedoria primordial de atingir aquela essência luminosa é renomada como o absoluto, auto-manifesto Pema Jugne (Padmasambhava).


Linha 5. Aquela essência luminosa da sabedoria primordial, Padmasambhava, está com muitas essências e energias (rLung). Estas são seu poder de demonstrar (rTsal) a grande essência da própria sabedoria primordial. Elas estão manifestando-se no espaço dos tubos ocos do canal central e canais menores como seus ventos. Se aplicamos o treinamento em meios hábeis, o ciclo do corpo vajra surge como a sabedoria primordial grandiosamente extática da essência luminosa.


A Oração


Linha 6. "Seguir-te-ei e praticarei" significa, em primeiro lugar, que há treinamento na compreensão e conquista da natureza do corpo vajra; e em segundo lugar, a sabedoria primordial do grande êxtase através dos treinamentos profundos com características (mTshan bChas Kyi rNal ‘Byor) do estagio da conclusão (rDzogs Rim), os quais incluem a prática da ioga do calor (gTum Mo), os treinamentos com apoio de consortes vajra internas ou externas. Estes treinamentos trarão o resultado de permitir a entrada das energias e mente cármicas no canal central, e a realização do estado de corpo ilusório, absorção luminosa e ioga dos sonhos, pela força dos exercícios físicos, da disciplina de energias e da concentração mental nas essências sutis (Phra Mo’i Thig Le).


Linha 7. Através do treinamento dos meios hábeis, transformamos todas as coisas existentes na conquista da natureza do grande êxtase imaculado do corpo vajra, e então as transformamos em mandalas do corpo, fala e mente dos Budas. De forma a alcançar o grande êxtase do corpo vajra, todas as inclinações habituais da energia cármica mutável – a causa das aparições samsáricas, devidas a mente profanada por pensamentos com características – dissolvem-se no canal central de sabedoria primordial imutável, e desta forma somos atados a grande essência imutável, a derradeira esfera real do fundamento. Assim, Venha ao (conquiste o) Dharmakaya, a derradeira esfera do fundamento.


O Mantra para Invocar Bênçãos


A sabedoria primordial do caminho, que é alcançada através do caminho extraordinário do treinamento, é suprema; daí GURU (mestre).


Todas as impurezas, tais como as cinco aflições emocionais, surgem como apoios ao grande êxtase imaculado e a auto-liberação; daí PADMA (lótus)


Como resultado final, a grande sabedoria primordial será alcançada rapidamente; daí SIDDHI (conquista, realização).


Maravilhada com a aparição da sabedoria primordial através do treinamento no caminho dos meios hábeis vem a sílaba semente das Mentes dos Budas – HUM.






De Acordo com a Nyingthig do Dzogpa Chenpo:

A Percepção Direta da Presença Espontânea


Significado Raiz


HUM – Invoca a auto-manifesta sabedoria que traz a percepção da face da sabedoria primordial derradeira.


1. A luz do coração (ogyen yul) e sua (kyi) esfera interna derradeira (nub), esfera externa derradeira (chang), a luz aquosa dos olhos (tsam), e


2. A luz da esfera mais pura e a luz da vacuidade thig-le (pema) com o contínuo vajra – o poder da pura atenção plena – (kesar) estão presentes. Sobre (la) a pura atenção plena firmemente aí estabilizada através da contemplação (dongpo),


3. Conquistamos (nye) as maravilhosas (yatsen) três primeiras visões (sNang Ba) e alcançamos o siddhi supremo (chogki’ ngödrub), a quarta visão.


4. Esta conquista é renomada (zhesu trag) como a conquista da natureza de Buda primordial (pema jugne).


5. Então a luz da auto-manifesta sabedoria emana (kor) muitos (mangpo) raios e thig-les como seu poder de manifestação (rTsal) (khortu) movendo-se através do espaço (khadro).


6. Contemplo (dag drub kyee) a visão natural da pureza original (khye kyi jesu).


7. De forma a (chir) atingir o corpo vajra de arco-íris da grande transformação (shegsu sol), possa eu purificar todos os fenômenos na imensidão da sabedoria primordial (chinkyee lab).


Esta suprema (GURU), imaculada (PADMA), e derradeira realização (SIDDHI) é fantástica (HUM).


Comentário


Introdução


A auto-manifesta sabedoria primordial natural jaz fundamentalmente como a natureza última (Ch’os Nyid) da mente. Porém, por causa do impacto do carma e das aflições emocionais, a natureza última foi coberta e sua face (Rang Zhal) não é vista.


O Objeto da Oração


HUM significa a essência do thögal espontaneamente realizado, a sabedoria primordial auto-manifesta. Thögal traz a visão da verdadeira face da auto-manifesta sabedoria primordial do estado de absorção luminosa espontaneamente realizada, mesmo para nós, pessoas comuns, que seguimos as instruções deste yana supremo.


Linha 1. Orgyen yul representa a luz do coração (Tsita Sha Yi sGron Ma). O corpo jovem em um vaso (gZhon Nu Bum sKu), o thig-le radiante da sabedoria primordial, habita invisível (Nub) no espaço do corpo vajra, a derradeira esfera interna (Nang Gi dByings).


Chang é a derradeira esfera externa, o espaço claramente aparente, o céu sem nuvens. Tsham, o canal das duas esferas internas e externas, é a luz aquosa dos olhos (rGyang Zhag Ch’u Yi sGron Ma).


Linha 2. Através da luz aquosa dos olhos, na derradeira esfera externa, aparece o céu puro – azul, límpido, com redes de raios de arco-íris embelezados pelo thig-le circular, como espelhos. São todos a luz da derradeira esfera pura (dByings rNam Dag Gi sGron Ma)


Então, através do acúmulo de experiência nisto, a luz da vacuidade thig-le (Thig Le sTong Pa’i sGron Ma) em vermelho – transparente, circular e límpida – surgirá como desenhos na água feitos ao atirar-se uma pedra num pequeno lago. Estas duas luzes (sGron Ma) funcionam como o chão, uma caixa ou uma casa. Elas são ambas representadas por pema (lótus).


Kesar (pistilo) representa a corrente vajra (rDorJe Lu Gu rGyud), que é o poder da atenção plena (Rig gDangs). É a essência da luz da sabedoria auto-manifesta (Shes Rab Rang Byung Gi sGron Ma) e a auto-radiância da atenção plena real, a sabedoria primordial.


Dongpo (caule) representa estabilidade da esfera derradeira (dByngs) e a atenção plena (Rig Pa) pelo confinamento do poder da atenção plena (Rig gDangs) no reino da esfera derradeira e concentrando o ponto (gNad gZhi Ba) através do modo natural livre de pensamentos da atenção plena (Rig Pa Rang Bab rTog Med). Através da experiência nestes (la) meios hábeis,


Linha 3. Conquistaremos as quatro confianças gradualmente e alcançaremos as visões maravilhosas da percepção direta da natureza última (Ch’os Nyid mNgon gSum), o desenvolvimento de experiências (Nyams Gong ‘Phel) e perfeição na atenção plena (Rig Pa Tshad Phebs). Depois disso, alcançaremos o estado de dissolução (de todos os dharmas na) natureza última (Ch’os Nyid Zad Pa) – a conquista suprema, o estado de Vajradhara – nesta própria vida.


Linha 4. Então seremos inseparáveis da Mente de Pema Jungne, que é o Buda primordial (Samantabhadra). Assim, "Renomado como Pema Jungne".


Linha 5. Apesar de não mover-se do estado de equanimidade da luz da sabedoria auto-manifesta, surgirão emanações evidentes de poder (rTsal) desta sabedoria auto-manifesta, na forma de muitos claros e móveis raios de arco-íris, thig-les, e pequenos thig-les no espaço.


Linha 6. Neste momento todos estes desenvolvimentos são o mero poder da atenção plena. Assim, contemplamos a absorção luminosa das quatro contemplações naturais (Chog bZhag bZhi) na imutável visão natural da pureza original (Ka Dag).


Linha 7. Por práticas como estas, possa eu purificar todos os fenômenos produzidos pela energia cármica às custas da sabedoria primordial para atingir o corpo vajra de arco-íris da grande transformação (‘Ja’ Lus ‘Pho Ba Ch’en Po).








O Mantra para Invocar Bênçãos


O caminho da essência mais interna da absorção luminosa é o treinamento extraordinário, pois ele medita sobre o resultado, a natureza de Buda em si, como o caminho de treinamento. Portanto, é supremo (GURU), imaculado (PADMA), e a realização suprema nesta mesma vida (SIDDHI). Fantástico (HUM)!




A Conquista do Resultado


Significado Raiz


HUM – invoca a sabedoria primordial.


1. A instrução esotérica desperta nossa própria linhagem tântrica (ogyen yul) da Mente que (kyi) transcende a condição (tsam) de se estar afundando (nub) no samsara, e dele liberta-nos (chang) através da


2. Conquista da fala (pema), mente (kesar), e corpo (dongpo) dos Budas, e (la)


3. [A sabedoria primordial da conquista] é maravilhosa (yatsen). Esta é a conquista (nye) da realização suprema (chogki nögdrub), o estado de Vajradhara,


4. que é renomado (zhesu trag) como o auto-manifesto Padmasambhava (pema jungne) absoluto.


5. Esta sabedoria tem (kor) infinita (mangpo) manifestação, ilimitada como o espaço (kha), e que age (dro) como seu poder (khortu).


6. Permaneço (dagdrub kyee) no estado realizado (jesu) da natureza sem esforços, a pureza primordial (khyekyi).


7. De forma que (chir) os fenômenos existentes surjam como a mandala dos quatro vajras (chinkyee lab), possa eu atingir (shegsu sol) a mandala do fundamento primordial.


Esta é a conquista (HUM) do caminho e da sabedoria, que é a suprema (GURU) e imaculada (PADMA) derradeira realização (SIDDHI).


Comentário


Introdução


HUM – a sabedoria primordial sagrada.


O Objeto da Oração


Linha 1. O país de Oddyana (ogyen yul) é uma fonte de tantras, e a definição da palavra Oddiyana é "ir voando". No tantra, o acordar da linhagem tântrica (sNgags Kyi Rigs Sad Pa) de nossa própria mente e a conquista da liberação do pântano das aparições dualísticas (gNyis sNang) do samsara são muito rápidos, é como voar. Pelo despertar da mente, transcendemos a conjuntura (Tsam) do samsara e do nirvana liberando-a (chang) de afundar (nub) no lodo do samsara, purificando-a de todas as máculas, e dissolvendo as aparências na derradeira esfera.


Linha 2. A conquista de todos os sons como a mandala da fala (Pema), a perfeição de todos os pensamentos como a mandala da mente (kesar), e a maturação da todas as aparências como a mandala do corpo (dongpo) – os três aspectos secretos (gSang Ba gSum) da natureza de Buda – e (la)


Linha 3. A sabedoria primordial dessa conquista, que é unidade e equanimidade, são maravilhosas (yatsen). Quando assim realizamos, atingimos a indivisibilidade do fundamento e do resultado, a conquista suprema (chogki ngödrub), o estado de Vajradhara.


Linha 4. Esta [conquista] é renomada (zhesu trag) como o Padmasambhava (pema jugne) absoluto,


Linha 5. E sua natureza é tal que não perde-se do solo primordial. Ainda assim, da sabedoria primordial, surgem (kor) infinitas (mangpo) ações (dro) de manifestações do samsara e do nirvana, tão ilimitadas quanto o céu (kha), aparecendo como seu poder (khor).


A Oração


Linha 6. Se, tendo percebido o significado da natureza e a realidade desta conquista, permanecemos aí, sem distrair-nos, assim, da mesma forma que nenhuma pedra será achada em uma ilha toda feita de ouro, todas as aparências impuras chegarão a um fim, e somente surgirão aparências primordialmente puras. Atingiremos liberação de todas as amarras do carma e das aflições emocionais. Todas as qualidades boas serão conquistadas espontaneamente e sem esforço, e atingiremos o estágio do Dharmakaya definitivamente. Assim é permanecer (daddrub kyee) no estado realizado (jesu) da pureza primordial (khyekyi).


Linha 7. Toda a existência fenomênica surge na forma da mandala de quatro vajras15 (chinkyee lab chir), as bênçãos da sabedoria primordial de nossa própria mente. Esta realização surge como resultado da conquista (shegsu sol) do fundamento primordial, a verdade última.


O Mantra para Invocar Bênçãos


Esta é a realização (HUM) do caminho e sabedoria, que é a suprema (GURU) e imaculada (PADMA) derradeira conquista (SIDDHI).





Conclusão das Práticas


A princípio, a prática da Prece Vajra de Sete Linhas como Ioga do Guru, de acordo com o significado comum, fará surgir profunda sabedoria primordial. Através do aprendizado com um Lama qualificado dos pontos cruciais dos caminhos da liberação, meios hábeis, ou grande perfeição e praticando-os diligentemente, alcançaremos confiança na realização, o resultado em si como exposto nos ensinamentos, e alcançaremos o estado de Vidyadhara (guardião do conhecimento).


Com fé inabalável, visualizamos Guru Rinpoche, a corporificação de todos os refúgios, em nossa cabeça. Rezamos intensamente a Prece Vajra de Sete Linhas a ele. Através do néctar que escorre do corpo do Guru, toda doença, carma ruim, e sofrimentos de corpo, fala e mente são limpos na forma de pus, sangue, insetos, fuligem e restos. Ao final, nosso corpo se dissolve, como sal posto na água, e o líquido desce para a boca de Yamaraja, o Senhor da Morte, e outros credores cármicos abaixo do solo. Acreditamos satisfazer todos eles e eliminamos todos os débitos. Ao final, devemos considerá-los todos como tendo desaparecido na vacuidade.


Então visualizamos nosso próprio corpo na forma do corpo radiante de uma divindade em qualquer forma que apreciemos. No coração da divindade, ao centro da lótus de oito pétalas, o Lama desce do alto de sua cabeça e unifica-se com a essência indestrutível (bindu), a sabedoria primordial. Então devemos permanecer nesta extática sabedoria primordial.


O período pós-meditativo deve ser tratado como segue: todas as aparências vistas como uma terra pura e como deidades, comida e bebida como oferendas, e as atividades de sentar e caminhar como prostração e circumbulação. Ao dormir devemos visualizar o Guru em nosso coração. Em todas as atividades diárias devemos tentar transformar tudo em praticas virtuosas, sem intervalos. É importante visualizar o Lama no céu a frente e apresentar oferendas, oferecer louvores, invocar sua mente e receber as bênçãos de seu corpo, fala e mente. Isto porque geralmente as boas qualidades dos reinos mais elevados de liberação, e especialmente o desenvolvimento da realização do caminho profundo, dependem somente da entrada das bênçãos do Guru em nossas mentes.


De forma a atingir a sabedoria primordial absoluta em nossa própria mente, devemos nos familiarizar com os ensinamentos dados nos sutras e tantras em geral, e em particular com a instrução da apresentação direta (Ngo ‘Phrod) à sabedoria primordial absoluta (Don Gye Ye Shes). E, de acordo com nossa própria experiência, realização e habilidade, devemos meditar em quaisquer dos caminhos de liberação ou meios hábeis que nos é apropriado. Ao fazer isto, alcançaremos a realização tanto dos resultados temporários quanto do definitivo.


Muitos agradecimentos a Harold Talbott por conectar-me a Tulku Thondup; a Tulku Thondup por sua clareza e gentileza e permitir que este comentário extraordinário fosse colocado na Quiet Mountain; e a Jonatham Green da Shambhala Publications pela permissão da retirada deste comentário do livro "Enlightened Journey", de Tulku Thondup. Esta página é dedicada ao benefício de todos os seres e a longa, longa vida de nossos gentis gurus raízes. Possam os Protetores Gloriosos continuamente acompanhar-nos na realização de Guru Rinpoche! – dongag tenzin






1. Retirado de "Enlightened Journey" deTulku Thondup, © 1995. Versão em inglês utilizada através de acordo com Shambhala Publications, Inc. Publicado por Buddhayana, Primeira Edição, 1979; segunda edição, 1989. Traduzido para o português por Pema Dorje em fevereiro de 1999.

2. Ou "perfeição". (N. do T.)

3. A assembléia (Tshog’ Khor) é formada por Rigdzins (Sct. Vidyadharas), Siddhas, Pawos (Sct. Dakas, Heróis), Khadromas (Sct. Dakinis).

4. AH KA SA MA RA TSA SHA TA RA SA MA RA YA PHAT.

5. Tesouros de mente ou terra.

6. Sábios e deidades: mKha' 'Gro (Sct. Dakini, do sexo feminino) e dPa' Bo (Sct. Daka, do sexo masculino).

7. As certezas absolutas de lugar, professor, discipulo, ensinamento e tempo.

8. Dang Ba'i Dad Pa: fé que limpa a mente. 'Dod Pa'i Dad Pa: fé que inspira o devoto a conquistar a mesma realização que o objeto de sua fé. Yid Ch'es Kyi Dad Pa: fé que produz total confiança no objeto da fé.

9. Sems Nyid: a natureza do absoluto e a natureza básica da mente, da qual Sems (mente) é o modo iludido. Neste texto, Mente com inicial maíuscula refere-se a Sems Nyid.

10. Sabedoria primordial da esfera do absoluto, sabedoria primordial semelhante a um espelho, sabedoria primordial da equanimidade, sabedoria primordial da discriminação e sabedoria primordial que tudo realiza.

11. Ngo Bo é aqui traduzido como "essência". Geralmente Ngo Bo, Thig Le de luz, e Thig Le (sêmen) do corpo físico poderiam ser todos traduzidos como "essência", e se torna confuso. Portanto neste texto estou traduzindo o Ngo Bo como "essência", Thig Le do corpo físico no estágio da conclusão como "essência", e Thig Le da luz de Thögal como "thig-le".

12. "Possa eu conquistar" é o significado de "Por favor venha" na oração. No texto de Mipham Rinpoche há uma citação do Pramanavarttika onde Shegs ("vir") tem o significado de "conquistar", "realizar", (rTogs).

13. A inseparabilidade de Ngo Bo e Rang bZhin, sTong Pa e gSal Ba, Ch’os sKu e Longs sKu, Guru e Padma.

14. "Animation" no original. Outras traduções possíveis seriam "energias", "vigores", "animações". (N. do T.)

15. Corpo vajra, fala vajra, mente vajra e sabedoria primordial vajra dos Budas.







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